domingo, 6 de outubro de 2013

EDUCAÇÃO CORPORATIVA E A DISTÂNCIA


Paulo Rech

As empresas estão percebendo cada vez mais o valor da aprendizagem como ativo da corporação e a educação corporativa tem representado uma forma de capacitar os recursos humanos de maneira a obter melhores resultados para atender as estratégias das empresas. As competências requeridas são o foco da sua ação, agregando mais valor do que programas desenvolvidos por demanda ou por oportunidade. A preocupação central das empresas passou a ser a permanente busca da inovação e a nova palavra de ordem, em todos os setores, passou a ser o conhecimento, visto ser ele o indutor, o canalizador e gerador de novas tecnologias. 

Palavras-chave: Educação; avaliação; educação corporativa; educação a distância; inovação.

A busca por maiores níveis de produtividade e competitividade em âmbito mundial por parte do setor produtivo demanda das entidades de educação profissional novas estratégias de atuação. Não cabe mais a formação voltada apenas para um posto de trabalho específico, que transforma o homem num “executor de tarefas”.  A educação profissional deve promover capacitação para atividades tecnicamente mais complexas, de maneira a proporcionar ao educando a capacidade de “aprender a aprender”, avaliar, criticar, propor e tomar decisões.
Uma instituição de educação profissional, por oferecer a possibilidade de capacitação de seus clientes, tem uma enorme necessidade de manter sua equipe qualificada. Embora não titulado como tais às ações desenvolvidas pelo SENAI com os cursos para seus colaboradores, são típicas de atividades de uma universidade corporativa, permitindo que os funcionários possam conviver com as inovações tecnológicas e de gestão e, ainda, possibilitando o estreito contato com as fronteiras do conhecimento. Isso foi possível com a utilização da já tão conhecida metodologia de educação à distância.
A vivência nesse processo de formação possibilita que os conhecimentos sejam aprimorados e, mais que isso, que atentem para uma realidade que estamos enfrentando que é aprender a estudar a distância. Não haverá mais retorno: as atuais e futuras gerações terão que conviver com essa realidade. Não temos mais a necessidade, somente, de buscarmos novos conhecimentos técnicos e pedagógicos, mas, também, metodológicos de como obter esses conhecimentos mais rápidos e em qualquer tempo ou lugar.
A lição passada é de que temos que gerenciar nosso tempo para convivermos com novas formas de aprendizagem, dar conta das atribuições conferidas pela organização e, simultaneamente atentar, para os prazos e tarefas que são cobradas pelos tutores, pelo interlocutor e pelas exigências das atividades programadas nos diversos módulos do curso. Nas atividades práticas dos programas é que realmente ocorre um fecho no processo formativo, pois exige o contato com uma população alheia ao programa, muitas vezes de outras instituições, mas que passam a fazer parte dessa prática. É necessário aplicar os conhecimentos teóricos como também criar e inovar.
            O SENAI Departamento Nacional a partir dessas experiências tem adotado o princípio da educação corporativa, oferecendo opções e atividades relevantes que não necessitem cumprir todas as exigências formais de conselhos ou corporações profissionais. Durante o processo de formação, permite aos alunos concluir, interromper ou encerrar seus estudos de maneira flexível, de acordo com suas necessidades. Conferindo-lhes certificações intermediárias coerentes com o efetivamente cursado. Utilizar metodologias para enfrentar o novo, mudar os paradigmas. Utilizar diferentes meios, mídias e tecnologias de aprendizado flexível. No Mapa Estratégico da Indústria, publicado pela Confederação Nacional da Indústria, a educação é vista como fonte de crescimento e uma das bases da elevação da produtividade. O posicionamento competitivo da indústria brasileira, assim como dos setores agropecuários e de serviços está apoiado cada vez mais na agregação de valor e da inovação.
Para que esses elementos ocorram é imprescindível prover um ambiente de geração e disseminação de conhecimento em grande escala, fundado no acesso amplo à tecnologia de informação, no desenvolvimento de competências profissionais e humanas adequadas às necessidades do setor produtivo e no fomento ao empreendedorismo e a criatividade.
São também, momentos importantes no desenvolvimento do curso às avaliações tanto à distância como as presenciais, pois um bom sistema de avaliação é fator de credibilidade para qualquer projeto educacional.
A avaliação para Luckesi (1995) consiste em primeiro lugar, na busca de qualidade e competência dos resultados da aprendizagem dos educandos tendo como objetivo final o redirecionamento, a redefinição que possa orientar o aprendizado para um melhor rendimento, e não simplesmente a taxação de aprovado ou reprovado. Para isso, é preciso fugir do caráter classificatório predominante. Portanto, para se obter essa aferição da competência e não uma aprovação ou reprovação baseada em conteúdos memorizados deve-se observar as seguintes metas e procedimentos:
·         Coletar, analisar e sintetizar de forma mais objetiva possível as manifestações das condutas cognitivas, afetivas e psicomotoras, produzindo individualmente uma configuração do efetivamente aprendido e compreendido na competência;
·         Atribuir uma qualidade a essa configuração da aprendizagem a partir de um padrão (nível de expectativa) preestabelecido e admitido como válido pela comunidade dos educadores e especialistas dos conteúdos que estejam sendo trabalhados;
·         A partir dessa qualificação, tomar decisões sobre as condutas docentes e discentes a serem seguidas, tendo em vista:
I – A reorientação imediata da aprendizagem, caso sua qualidade se mostre insatisfatória e caso o conteúdo, habilidade ou competência que seja realmente essencial par a formação do indivíduo.
II – O encaminhamento do indivíduo para passos subseqüentes da aprendizagem, caso se considere que qualitativamente obteve um nível satisfatório no que estava sendo trabalhado.(LUCKESI, 1995, p. 95-96).
            A educação corporativa a distância não é um modismo. Veio para permanecer. Possibilita o desenvolvimento de oportunidades de aprendizagem ao longo da vida e facilita a educação continuada. Há necessidade de uma transição gradual de ações isoladas para ações corporativas e do modelo tradicional de capacitação para modelo apregoado pela Educação Corporativa e a Distância.

REFERÊNCIAS


LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo. Cortez, 1995.


CNI, Mapa Estratégico da Indústria: 2007 a 2015. Brasília. CNI/DIREX, 2005.