Paulo
Rech
As
empresas estão percebendo cada vez mais o valor da aprendizagem como ativo da
corporação e a educação corporativa tem representado uma forma de capacitar os
recursos humanos de maneira a obter melhores resultados para atender as
estratégias das empresas. As competências requeridas são o foco da sua ação,
agregando mais valor do que programas desenvolvidos por demanda ou por
oportunidade. A preocupação central das empresas passou a ser a permanente
busca da inovação e a nova palavra de ordem, em todos os setores, passou a ser
o conhecimento, visto ser ele o
indutor, o canalizador e gerador de novas tecnologias.
Palavras-chave: Educação;
avaliação; educação corporativa; educação a distância; inovação.
A busca por maiores níveis
de produtividade e competitividade em âmbito mundial por parte do setor
produtivo demanda das entidades de educação profissional novas estratégias de
atuação. Não cabe mais a formação voltada apenas para um posto de trabalho
específico, que transforma o homem num “executor de tarefas”. A educação profissional deve promover
capacitação para atividades tecnicamente mais complexas, de maneira a
proporcionar ao educando a capacidade de “aprender a aprender”, avaliar, criticar,
propor e tomar decisões.
Uma
instituição de educação profissional, por oferecer a possibilidade de
capacitação de seus clientes, tem uma enorme necessidade de manter sua equipe
qualificada. Embora não titulado como tais às ações desenvolvidas pelo SENAI
com os cursos para seus colaboradores, são típicas de atividades de uma
universidade corporativa, permitindo que os funcionários possam conviver com as
inovações tecnológicas e de gestão e, ainda, possibilitando o estreito contato
com as fronteiras do conhecimento. Isso foi possível com a utilização da já tão
conhecida metodologia de educação à distância.
A
vivência nesse processo de formação possibilita que os conhecimentos sejam aprimorados
e, mais que isso, que atentem para uma realidade que estamos enfrentando que é
aprender a estudar a distância. Não haverá mais retorno: as atuais e futuras
gerações terão que conviver com essa realidade. Não temos mais a necessidade,
somente, de buscarmos novos conhecimentos técnicos e pedagógicos, mas, também,
metodológicos de como obter esses conhecimentos mais rápidos e em qualquer
tempo ou lugar.
A
lição passada é de que temos que gerenciar nosso tempo para convivermos com
novas formas de aprendizagem, dar conta das atribuições conferidas pela
organização e, simultaneamente atentar, para os prazos e tarefas que são
cobradas pelos tutores, pelo interlocutor e pelas exigências das atividades
programadas nos diversos módulos do curso. Nas atividades práticas dos programas
é que realmente ocorre um fecho no processo formativo, pois exige o contato com
uma população alheia ao programa, muitas vezes de outras instituições, mas que
passam a fazer parte dessa prática. É necessário aplicar os conhecimentos
teóricos como também criar e inovar.
O SENAI Departamento Nacional
a partir dessas experiências tem adotado o princípio da educação corporativa,
oferecendo opções e atividades relevantes que não necessitem cumprir todas as exigências
formais de conselhos ou corporações profissionais. Durante o processo de
formação, permite aos alunos concluir, interromper ou encerrar seus estudos de
maneira flexível, de acordo com suas necessidades. Conferindo-lhes
certificações intermediárias coerentes com o efetivamente cursado. Utilizar
metodologias para enfrentar o novo, mudar os paradigmas. Utilizar diferentes
meios, mídias e tecnologias de aprendizado flexível. No Mapa Estratégico da
Indústria, publicado pela Confederação Nacional da Indústria, a educação é
vista como fonte de crescimento e uma das bases da elevação da produtividade. O
posicionamento competitivo da indústria brasileira, assim como dos setores
agropecuários e de serviços está apoiado cada vez mais na agregação de valor e
da inovação.
Para
que esses elementos ocorram é imprescindível prover um ambiente de geração e disseminação
de conhecimento em grande escala, fundado no acesso amplo à tecnologia de
informação, no desenvolvimento de competências profissionais e humanas
adequadas às necessidades do setor produtivo e no fomento ao empreendedorismo e
a criatividade.
São
também, momentos importantes no desenvolvimento do curso às avaliações tanto à
distância como as presenciais, pois um bom sistema de avaliação é fator de
credibilidade para qualquer projeto educacional.
A avaliação para
Luckesi (1995) consiste em primeiro lugar, na busca de qualidade e competência
dos resultados da aprendizagem dos educandos tendo como objetivo final o redirecionamento,
a redefinição que possa orientar o aprendizado para um melhor rendimento, e não
simplesmente a taxação de aprovado ou reprovado. Para isso, é preciso fugir do
caráter classificatório predominante. Portanto, para se obter essa aferição da
competência e não uma aprovação ou reprovação baseada em conteúdos memorizados
deve-se observar as seguintes metas e procedimentos:
·
Coletar,
analisar e sintetizar de forma mais objetiva possível as manifestações das
condutas cognitivas, afetivas e psicomotoras, produzindo individualmente uma
configuração do efetivamente aprendido e compreendido na competência;
·
Atribuir
uma qualidade a essa configuração da aprendizagem a partir de um padrão (nível
de expectativa) preestabelecido e admitido como válido pela comunidade dos
educadores e especialistas dos conteúdos que estejam sendo trabalhados;
·
A
partir dessa qualificação, tomar decisões sobre as condutas docentes e
discentes a serem seguidas, tendo em vista:
I – A reorientação imediata da aprendizagem, caso sua
qualidade se mostre insatisfatória e caso o conteúdo, habilidade ou competência
que seja realmente essencial par a formação do indivíduo.
II – O encaminhamento do indivíduo para passos
subseqüentes da aprendizagem, caso se considere que qualitativamente obteve um
nível satisfatório no que estava sendo trabalhado.(LUCKESI, 1995, p. 95-96).
A
educação corporativa a distância não é um modismo. Veio para permanecer.
Possibilita o desenvolvimento de oportunidades de aprendizagem ao longo da vida
e facilita a educação continuada. Há necessidade de uma transição gradual de
ações isoladas para ações corporativas e do modelo tradicional de capacitação
para modelo apregoado pela Educação Corporativa e a Distância.
REFERÊNCIAS
LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da
aprendizagem escolar. São Paulo. Cortez, 1995.
CNI,
Mapa Estratégico da Indústria: 2007 a 2015. Brasília. CNI/DIREX, 2005.